Orientações para controlar as finanças nesse fim de ano*

Ano difícil, com a crise afetando o país todo. Diante disso, a população fica receosa e busca meios para ter um controle maior das finanças. As pessoas fazem promessas financeiras de resolução de ano novo, o que já ajuda a manter o foco, mas é preciso algo mais efetivo para que se concretize e faça de 2016 um ano melhor.

O educador financeiro Reinaldo Domingos, autor do best-seller Terapia Financeira (Editora DSOP), preparou orientações aos brasileiros que querem passar longe da onda de endividamento, conseguindo quitar dívidas, presentear, curtir as festas e férias sem comprometer os recursos para as despesas típicas do início do ano – IPVA, IPTU, matrícula e material escolar – e ainda poupar.

Para não extrapolar as despesas de fim de ano e garantir recursos para 2016

-Evitar compras por impulso: nesse momento, os consumidores devem se questionar mais do que o normal antes quanto à necessidade do produto/serviço que quer adquirir. Além disso, analisar se poderá comprar à vista, ou então, caso tenha que parcelar, se terá o valor referente na data de vencimento.

-Planejar: liste todos os ganhos do período, as despesas – fixas e variáveis – e avalie a situação financeira. Tente diminuir ou até eliminar os gastos supérfluos. Evite a todo custo entrar no limite do cheque especial e pagar a parcela mínima do cartão de crédito. Reserve parte do décimo terceiro para as despesas do início do ano como IPVA, IPTU, matrícula e material escolar.

-Sonhar mais: o ciclo de endividamento começa quando se compra aquilo que não precisa, com o dinheiro que não se tem. E isso acontece por falta de objetivos bem definidos. Reunir-se com a família e definir os desejos de curto (um ano), médio (até dez anos) e longo (mais de 10 anos) prazos auxilia no processo de disciplina para não gastar por impulso em prol da realização de algo mais significativo.

Para economizar e poupar sempre

-Pesquisar preço e comprar à vista: tudo o que se compra em prestações paga-se mais caro. Já quem pesquisa o melhor preço paga menos e aumenta a chance de comprar à vista.

-Pedir desconto: não é vergonha nenhuma, muito pelo contrário, é uma prática comum e que pode render boa economia. Se um produto custa mil reais e pode ser parcelado em 10 vezes de 100 reais, certamente à vista custará de 10% a 20% menos.

-Reter 10% dos rendimentos: para começar a construir a independência financeira, deve-se guardar 10% do que ganha (ou mais, se puder). Com o tempo, pode-se partir para um plano de previdência privada para complementar o INSS.

Para ficar livre das dívidas

Qualquer que seja a dívida, o consumidor deve investigar o que está levando ele a gastar mais do que ganha, somando dívidas que não consegue pagar e que estejam utilizando recursos que deveriam ser destinados para a realização de sonhos. Fazer acordos para pagamentos de dívidas sem antes saber qual é a real capacidade de pagamento e ajustar o orçamento ao verdadeiro padrão de vida é um grande risco, além de ser uma medida paliativa, que apenas adia a solução da causa do problema. Abaixo, algumas medidas para ajudar a quitar dívidas e reequilibrar as finanças.

1-Cheque especial – cheque especial é uma das mais altas taxas de juros praticadas no mundo. Procure o gerente da conta e proponha imediato cancelamento dessa linha de crédito, mesmo que esteja utilizando. Proponha troca por uma linha de crédito que não ultrapasse 2,5% de juros mensais. Caso esteja pagando 100 reais de juros ao mês, proponha um parcelamento do mesmo valor, com prazo alongado. Caso o gerente não aceite, o melhor a fazer é poupar para uma futura negociação.

2-Cartão de crédito – busque negociação com operadora do cartão ou banco. Proponha um parcelamento com juros que não ultrapassem 2,5% ao mês, e que estas prestações caibam no orçamento financeiro mensal. Caso a operadora ou banco não aceitem, não faça acordos que não conseguirá cumprir. Outra estratégia é buscar crédito com taxas mais baixas como, por exemplo, o crédito consignado. Mas é preciso cuidado e planejamento.

*Reinaldo Domingos, educador financeiro, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira e autor do best-seller Terapia Financeira, do lançamento Mesada não é só dinheiro, e da primeira Coleção Didática de Educação Financeira do Brasil.

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