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Setembro Amarelo: o suicídio e o comportamento suicida

Segundo a OMS, 90% dos casos poderiam ser evitados e reconhecer os sinais de alerta pode ser o mais importante passo

O suicídio é o ato de retirar a própria vida, mas pode ser evitado. “Primeiramente, a maioria dos suicidas pede ajuda antes, ou seja, é mito que o suicida não pede socorro. O suicida não quer morrer, quer aliviar seu sofrimento. O que faz com que alguém cometa suicídio intencionalmente, em geral, é uma dor emocional muito forte, na qual a pessoa tem a impressão de que não há o que fazer ou como melhorar, senão cometendo o ato”, explica Marcel Fulvio Padula Lamas, Coordenador da Psiquiatra do Hospital Albert Sabin de São Paulo.

Existem também doenças mentais que aumentam a chance do paciente cometer suicídio, como depressão unipolar ou bipolar, etilismo, esquizofrenia, delirium, entre outros. Sinais como os famosos “Ds”: dor psíquica, depressão, desespero, desesperança, desamparo, dependência química e delírio devem ser notados com cautela, além da presença de fatores predisponentes e/ou precipitantes.

Os fatores predisponentes são crônicos e, em geral, não podem ser mudados. Exemplos: sexo masculino (cometem quatro vezes mais suicídio), feminino (três vezes mais tentativas), idade (mais jovens tentam mais o ato, idosos conseguem o maior número), histórico familiar, tentativas prévias, presença de doenças físicas ou mentais, presença de desesperança, abuso na infância (físico, sexual ou mental), baixo nível de inteligência, isolamento social, ser de uma minoria étnica, entre outros.

Já os precipitantes são agudos, geralmente passageiros na vida de alguém, e levam o indivíduo a tentar o suicídio, por exemplo: separação conjugal, ruptura amorosa, rejeição afetiva e/ou social, alta recente de hospitalização psiquiátrica, perda de emprego, graves perturbações familiares, modificação de situação econômica e financeira, vergonha ou medo de ter algum segredo revelado.

“Os precipitantes são fatores que funcionam como gatilho para que ocorra alguma tragédia, acontecem em algum momento da vida e podem fazer com que os fatores que já estavam antes, os predisponentes, intensifiquem o desejo de desistir da própria vida”, relata o médico.

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo, sem contar os episódios subnotificados, com os quais, estima-se mais de um milhão de casos. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia.

Há certas divergências na área científica sobre o suicida, considerando que alguns autores conceituam suicídio apenas se cometido de forma intencional, (exemplo: o indivíduo que toma veneno ou se enforca), outros são mais abrangentes e englobam também pessoas que têm comportamentos suicidas, como o diabético que come açúcar, o hipertenso que exagera no sal, e até mesmo, o que ingere grandes quantidades de bebida alcoólica e depois dirige.

“Existem comportamentos suicidas e o ato direto de retirar a própria vida. Pessoas doentes que não tomam corretamente suas medicações, diabéticos que comem açúcares de cadeia curta, são exemplos de comportamentos suicidas, mas não de suicídio”, relata Lamas.

É muito importante os familiares e amigos próximos da pessoa reconhecerem os comportamentos suicidas. Pessoas dão sinais a partir de condutas que demonstram que querem acabar com a própria vida. Existem os que são muito mais sutis e, por isso, menosprezados, que não parecem ser um problema. Por exemplo, a pessoa que, do nada, não corta e/ou não pinta mais as unhas, para de tomar banho, de cuidar de si mesma, entre outros.

“O principal é observar os fatores de risco na pessoa, acolhê-la, mostrar o quanto ela é importante, perguntar como está se sentindo e se mostrar disposto a ajudar, atitudes que auxiliam muito. Se o paciente tiver fatores de risco importantes, mas não estiver com ideação suicida, o acompanhamento pode ser ambulatorial. No momento que a pessoa está com ideação suicida, comumente está se sentindo um nada, um peso para os outros, devido ao quadro emocional que se encontra. Cada segundo que o paciente estiver com esse pensamento é extremamente doloroso, portanto, não julgue e não arrisque! Leve-o ao pronto socorro de um hospital psiquiátrico, buscar ajuda o quanto antes é essencial”, finaliza o psiquiatra.

Em casos de extrema urgência, ligue 188 – C.V.V – Centro de Valorização à Vida.

Fonte: Hospital Albert Sabin de São Paulo

Setembro Amarelo: descubra onde encontrar tratamento público no SUS para a Saúde Mental 

A Raps (Rede de Atenção Psicossocial) celebra  20 anos, mas os serviços ainda são desconhecidos. Sistema também sofre com estigma e redução de investimentos

Segundo a organização da campanha Setembro Amarelo, composta pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), no Brasil acontecem cerca de 12 mil suicídios todos os anos, mais de 30 por dia. Desses casos, em média, 96% estão relacionados a transtornos mentais, sendo depressão, transtorno bipolar e abuso de substâncias as três causas mais prevalentes. 

O mês marca uma importante virada de chave na organização de debates sobre suicídio e as complexas questões ligadas ao tema, que perpassam também a necessidade de olhares mais atentos à prevenção, promoção e manutenção da saúde mental e a produção de modos de vida mais saudáveis. Para tanto, é preciso entender, na prática, como os serviços de saúde mental estão estruturados e como cada cidadão pode fazer uso deles.

Para contextualizar, destaca-se o papel da Reforma Psiquiátrica, que impulsionou enormes avanços e transformações no modelo de atenção à saúde mental no Brasil, pavimentando a construção de organismos públicos fundamentais, como a Raps – Rede de Atenção Psicossocial – que está presente em várias partes do país com uma rede inteligente de acolhimento e atendimentos. 

Mecanismos de atendimento público em saúde mental são bastante avançados, mas ainda não amplamente conhecidos

Compreendida como uma rede integrada de diferentes setores e atores, a Raps busca criar, diversificar e articular serviços e ações para pessoas com sofrimento mental ou com demandas decorrentes do uso de drogas. Dentre suas diretrizes estão o respeito aos direitos humanos, a garantia de autonomia das pessoas, o acesso a serviços de qualidade e o combate ao estigma e ao preconceito. 

O serviço conta com atuação multiprofissional e interdisciplinar (com profissionais da medicina, enfermagem, psicologia, assistência social, terapia ocupacional, educação física, fonoaudiologia), abarcando não só o campo da saúde, mas também a assistência social, a cultura e o emprego, de modo a favorecer a inclusão social e o exercício da cidadania dos usuários dos serviços e de seus familiares. 

Apesar de não ser amplamente conhecida, a Raps estabelece que a atenção à saúde das pessoas com sofrimento psíquico deve ser realizada em todos os serviços do Sistema Único de Saúde, sem discriminação. Confira os detalhes sobre a sua atuação:

Atenção Básica em Saúde– Unidade Básica de Saúde – Núcleo de Apoio à Saúde da Família – Consultório na Rua – Centro de Convivência e Cultura
Atenção Psicossocial Estratégica– Centros de Atenção Psicossocial  – Equipe multiprofissional de atenção especializada em Saúde Mental – Unidades Ambulatoriais Especializadas
Atenção de Urgência e Emergência– SAMU 192 – Salas de Estabilização – UPA 24 horas e portas hospitalares de atenção à urgência/ pronto socorro
Atenção Residencial de Caráter Transitório– Unidades de Acolhimento – Serviço de Atenção em Regime Residencial – CTs
Atenção Hospitalar– Enfermaria especializada em Hospitais Gerais – Hospitais Psiquiátricos Especializados – Hospitais-Dia
Estratégias de Desinstitucionalização– Serviços Residenciais Terapêuticos – Programa de Volta pra Casa – Programa de Desinstitucionalização (Equipes) 
Estratégias de Reabilitação Psicossocial– Iniciativas de Geração de Trabalho e Renda – Empreendimentos solidários e Cooperativas Sociais

A importância dos Caps

A rede ainda conta com a existência de estruturas de atendimento especializadas, como os Caps, que promovem trabalhos com focos distintos. No entanto, alguns estigmas e a falta de conhecimento sobre esses organismos dificultam o acesso a tratativas precoces e ajuda qualificada.

Esses serviços estratégicos funcionam com “portas abertas”, ou seja, qualquer pessoa pode ser recebida e avaliada pela equipe de saúde presente, sem a necessidade de um encaminhamento ou agendamento prévio. As ações de cuidado são diversificadas, realizadas em grupo, individualmente, com a família ou na comunidade.

Divididos em diversas modalidades, os Caps também variam de acordo com o porte dos municípios. Nas grandes cidades e regiões acima de 200 mil habitantes, são previstos Capsde funcionamento 24h, como os Caps III voltados para pessoas com sofrimento mental em geral, e os Caps ad III, destinados principalmente para pessoas com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas. Os Capsij são direcionados para o público infanto-juvenil e podem ser implantados em municípios e regiões a partir de 70 mil habitantes. Para os municípios de médio porte (a partir de 70 mil habitantes), há os Caps II e Caps ad, e para os de pequeno porte (a partir de 15 mil habitantes), os Caps I (BRASIL, 2011). Mais recentemente, a esta tipificação foi acrescentado o Caps ad IV, para municípios com população acima de 500 mil habitantes ou nas capitais de estados.

Em 2002, havia 424 Caps implantados no país, ao final de 2019, chegaram a cerca de 2.669. Uma amplitude de estrutura assistencial que não apenas existe, mas que pode e deve ser acionada por toda e qualquer pessoa que necessite de auxílio. Falar sobre saúde mental pode ser complexo, mas também é necessário e deve ir muito além do mês de setembro e institucionalizar esse debate em todos os espaços e setores sociais.

Setembro Amarelo: a importância de debater e prevenir problemas de saúde mental

Em tempos de pandemia, isolamento social e sentimentos aflorados, tema ganhou ainda mais urgência, afirma especialista do Cejam

A campanha Setembro Amarelo, que debate mundialmente a importância de prevenir problemas de saúde mental, ganhou ainda mais urgência entre os anos de 2020 e 2021, em meio ao isolamento social imposto pela pandemia de Covid-19. Medos, incertezas em relação ao futuro, luto e dificuldades financeiras vêm marcando a vida de muitas pessoas e estão entre as principais causas de depressão, ansiedade excessiva e falta de motivação.

Pesquisa do instituto Ipsos, encomendada pelo Fórum Econômico Mundial, destaca que 53% dos brasileiros declararam que seu bem-estar mental piorou um pouco ou muito no último ano. Essa porcentagem só é maior em quatro países: Itália (54%), Hungria (56%), Chile (56%) e Turquia (61%).

Um relatório de 2017 da OMS (Organização Mundial da Saúde) já apontava o Brasil como um país de grande prevalência de transtornos de ansiedade nas Américas: 9,3% da população, o equivalente a 18,6 milhões de pessoas.

Segundo a psicóloga Ligia Kaori Matsumoto, que atende na UBS Alto da Riviera, gerenciada pelo Cejam – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”, a campanha foi criada no Brasil em 2015 para dar mais ênfase ao tema, com ações de conscientização e debates que possibilitem a quebra de paradigmas e a redução do preconceito que envolve o grave problema.

“As ações do Setembro Amarelo funcionam como uma forma de prevenção e sensibilização, tanto àqueles que podem estar passando por algum tipo de sofrimento, quanto às pessoas próximas, na detecção de fatores que identifiquem quando um ente querido não está bem”, explica.

Alerta vermelho

Foto: MedicalNewsToday

Os sinais de alerta costumam variar de pessoa para pessoa, mas a especialista destaca que existem alguns indícios que servem para detectar se você ou um ente querido está precisando de auxílio profissional. Conforme a psicóloga, é necessário ficar atento às alterações repentinas de humor e comportamento, bem como às mudanças bruscas na rotina, como qualidade do sono, alimentação, abandono de atividades que antes eram prazerosas ou ainda desistência de planos futuros.

Ligia também faz um alerta para o uso abusivo ou para a mudança no padrão de consumo de álcool, substâncias tóxicas e medicações. “Além disso, devemos sempre dar uma atenção maior às pessoas com transtornos psiquiátricos ou com históricos na família.”

Segundo a especialista, é comum ainda as pessoas sinalizarem que não sabem como reagir ou de que forma responder quando alguém próximo expressa suas dores, tristezas e frustrações.

“O que as pessoas mais desejam é alguém que as escute de maneira calma e tranquila. Em silêncio. Sem dar conselhos. Sem que digam: “Se eu fosse você”. A gente ama não é a pessoa que fala bonito. É a pessoa que escuta bonito. A fala só é bonita quando ela nasce de uma longa e silenciosa escuta. É na escuta que o amor começa. E é na não-escuta que ele termina. Não aprendi isso nos livros. Aprendi prestando atenção”, ressalta Ligia, citando trecho de um texto do psicanalista e escritor Rubem Alves.

Centro de Valorização da Vida

Umas das formas mais práticas de buscar apoio, seja para você ou para alguém que conheça e possa estar procurando ajuda, é entrando em contato com o CVV (Centro de Valorização da Vida, um serviço gratuito que oferece auxílio emocional 24 horas.

O atendimento é realizado em sigilo total, por meio de telefone (188), e-mail, chat ou ainda pessoalmente. Os canais e endereços estão disponíveis no site.

Mais de 3 milhões de pessoas são atendidas anualmente pelo CVV, que oferece mais de 4 mil voluntários localizados em 24 estados e no Distrito Federal.

A psicóloga recomenda a divulgação do serviço para quem possa estar precisando de ajuda. “Devemos sempre oferecer acolhimento, ouvir e auxiliar na busca por ajuda. Estas posturas de respeito com aquele que está em sofrimento podem ser fundamentais à recuperação, enquanto o desdém e pouco caso podem amplificar a dor ou adiar um tratamento”, finaliza.

Fonte: Cejam

Livro Vida Após o Suicídio é voltado àqueles que foram impactados pela perda

Criado para divulgar a importância da prevenção do suicídio, o Setembro Amarelo é também oportunidade para destacar a pósvenção: os cuidados especiais com aqueles que foram impactados pela perda de um familiar ou amigo que decidiu tirar a própria vida. Você já pensou nisso?

Aos sentimentos de rejeição e culpa por não ter conseguido evitar o suicídio de um ente querido se soma a culpa que os outros costumam imputar às pessoas mais próximas de quem se matou. E assim aumentam o trauma e a vergonha relacionados ao suicídio na nossa sociedade. A pósvenção, portanto, não deixa de ser uma forma de prevenção, por minimizar o risco de comportamento suicida em quem vive esse tipo de luto tão complicado e estigmatizado.

A famosa médica Drª Jennifer Ashton – figura frequente nos programas de TV norteamericanos Good Morning America, The Dr. Oz Show e The Doctors – viveu tudo isso na pele, quando o pai de seus filhos se suicidou em fevereiro de 2017, logo após assinarem o divórcio. O livro “Vida Após Suicídio”, em que conta sua perda pessoal e as etapas da recuperação dela e dos filhos, chega este mês ao Brasil pela Editora nVersos.

O objetivo da autora com a obra é estender a mão a tantos milhares de pessoas ao redor do planeta que vivem essa dor. Em 2016, foram 800 mil mortes por suicídio no mundo – em média, um a cada 40 segundos -, segundo o último levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS). Para cada caso, calcula-se que de seis a dez pessoas (amigos e familiares) são direta e significativamente impactadas.

O suicídio não tem preconceito, atinge todas as classes sociais, todas as culturas, todas as idades. E é hoje uma questão mundial de saúde pública. Em mais de 90% das vezes, os suicídios estão associados a doenças mentais (principalmente depressão, bipolaridade, esquizofrenia, dependência química e alcoólica), que também costumam ser pouco compreendidas pela sociedade.

Jennifer Ashton relata sua vivência e as histórias de vários outros “sobreviventes do suicídio” com quem conversou, com respeito e compaixão por aqueles que decidiram partir. Seu livro é um espaço seguro e acolhedor para quem precisa de coragem para seguir em frente com sua vida. Sua missão é romper tabus e fortalecer as redes de apoio que encontrou quando precisou para oferecer o mesmo conforto a qualquer um que, de repente, se encontre na mesma situação.

 Vida Após Suicídio – Encontrando coragem, conforto e acolhimento após a perda de uma pessoa querida
Autora: Jennifer Ashton, M.D.
Editora: nVersos
Nº de páginas: 208
Formato: 14 cm x 21 cm
Acabamento: Brochura
Preço: R$ 42,00

Setembro Amarelo: infográfico traz dicas de autocuidado

A Care Plus faz parte da Bupa, que tem presença em mais de 190 países. Há mais de 28 anos, fornece soluções de saúde premium, por meio de uma ampla gama de produtos (medicina, odontologia, saúde ocupacional e medicina preventiva). É a principal operadora de saúde no Brasil em seu nicho de mercado, atendendo a mais de 1.000 empresas e cerca de 112 mil beneficiários.

A empresa preparou um infográfico com dicas de autocuidado da saúde mental durante a quarentena, especialmente para este mês, quando é realizada a campanha Setembro Amarelo, de prevenção ao suicídio.  Confira:

Fonte: Care Plus

Setembro Amarelo: como a beleza pode levar ao suicídio – por Luzia Costa*

Setembro é o mês dedicado à valorização da vida e a prevenção do suicídio. Um assunto preocupante que deve ser levado a sério por todos. Muitas vezes um amigo, um parente, alguém muito próximo que convive com você diariamente pode demonstrar ser divertido, estar bem, mas pode passar por problemas que desconhecemos. E pasmem, na maioria das vezes estão enfrentando momentos difíceis, sozinhos, e não percebemos.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada 40 segundos, todos os anos no mundo. Impressionante este número, não é mesmo?! No Brasil, anualmente há um registro de 12 mil suicídios.

É muito comum vermos cada vez mais jovens preocupados com a aparência, com status e com a necessidade de mostrar uma vida feliz e estável nas redes sociais. A procura por um corpo e rosto perfeitos acabam sendo metas de vida nos dias de hoje.

Quantas pessoas do seu convívio que você já ouviu dizer: “quero ser magra”, “queria um nariz igual da atriz”, “quero emagrecer”, “queria meu cabelo assim”, e vários outros discursos como esses no dia a dia?!

Na Sóbrancelhas, nossa rede de embelezamento do olhar e da face, frequentemente lidamos com situações parecidas, onde clientes chegam até nossas lojas com fotos de atrizes e influenciadoras, querendo as sobrancelhas idênticas, por exemplo. Porém, não é possível, afinal cada rosto tem seu desenho e sua própria beleza.

Percebemos uma excessiva imposição a um padrão de beleza por essa geração. A mídia, principalmente a internet sempre pregou o que é bonito, o que é melhor, e se você não faz parte desse modelo, você está fora, não serve, ou você é inferior aos demais.

Há estudos que comprovam que na área profissional também é afetada por todo essa exigência. Muitas esteticistas competentes também sofrem esse tipo de preconceito por não fazer parte do padrão “magro”.

E todo esse bombardeio pelo padrão da beleza gera a dificuldade de lidar com a vida real, o que pode acarretar desde quadros de ansiedade à depressão, podendo levar até ao suicídio.

O que precisamos fazer, principalmente nós da área da beleza é incentivar as pessoas a se aceitarem como elas são, dar importância a beleza natural. É possível e importante ter a autoestima elevada do jeito que somos, das mais diversas formas que cada ser humano é. Jamais transforme em um refém do padrão de beleza que nos é imposto!

Pixabay

Lembrem-se: tenham empatia com você mesmo e com o próximo.

*Luiza Costa é CEO do Grupo Cetro que detém as marcas Sóbrancelhas e Beryllos. Coleciona prêmios como Prêmio Grandes Mulheres, na Categoria de Médias Empresas, realizado pela Pequenas Empresas & Grandes Negócios – PEGN e Facebook; Destaque Empresarial 2018 & Revelação na área de Empreendedorismo Social; Prêmio Empresário do Ano Top of Quality Gold Internacional.

Setembro Amarelo: relação entre redes sociais e suicídio

Especialista explica como a internet pode ser propagadora de gatilhos e como diálogo pode diminuir incidência de casos

O suicídio, hoje em dia, ainda é considerado tabu por muita gente. Mas não deveria. Afinal, faz uma média de uma vítima a cada quatro segundos no mundo, ou seja, 800 mil vítimas por ano, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A psicóloga Ana Gabriela Andriani explica que, em muitos lugares, existe um empecilho extra para tentar diminuir esse número.

“Existe a crença de que, ao falar sobre o assunto, estaríamos, na verdade, propagando ou divulgando o suicídio e suas tentativas”, adverte Ana. No entanto, deveria ser o oposto, falar disso poderia reduzir a incidência de casos.

Redes sociais e suicídio

De acordo com a especialista, as redes sociais, sim, têm sido um meio propagador de gatilhos para as tentativas de suicídio, especialmente quando falamos de jovens e adolescentes. Isso principalmente em um momento em que o consumo da internet aumentou tanto em função da necessidade do isolamento físico social.

O bullying e a constante necessidade de aprovação virtual têm levado cada vez mais jovens a desenvolver quadros de depressão e ansiedade. Um estudo realizado pela Escola de Medicina da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, mostrou que os “heavy users” (usuários que passam grande parte do tempo na internet) possuem três vezes mais chances de sofrer de depressão comparando com aqueles que conferem suas redes sociais com menos frequência.

Já um estudo de 2017 da agência nova/sb analisou mais de 1 milhão de menções ao suicídio nas redes sociais (Facebook, Instagram, Twitter e Youtube): em 34,2% dos casos eram piadas ou memes, 24,4% eram opiniões, 22,1% citações, 7,5% notícias, 6,3% relatos e 5,5% se tratavam de depoimentos. Os dados também mostraram informações preocupantes: 18,3% das postagens eram falas negativas ou preconceituosas, como por exemplo “conte a um psicólogo, não ao Facebook”, “quem tem depressão não fica em rede social tentando aparecer” ou “quem quer se matar não avisa”. Algumas, inclusive, incentivavam os usuários a tirar a própria vida. “Esses resultados mostram a necessidade de uma abordagem e de um espaço sem julgamentos para sensibilizar e educar e, assim, contribuir com a prevenção”, afirma Ana Gabriela.

Diálogo como prevenção

Para a psicóloga, o diálogo é fundamental. “É necessário falar sobre o assunto. Mas isso não significa apenas divulgar números. É preciso entender o que leva ao suicídio, como é possível prevenir e que o suicídio é uma questão de saúde pública. Precisamos abrir esse canal de diálogo e trazer informações sobre o tema e tudo o que o cerca, como as doenças mentais, saúde mental, o que é e quais são os sinais de comportamento suicida.”

Ela explica que o assunto é complexo e nem todas as pessoas que cometem o suicídio apresentam algum tipo de sinal prévio, por isso que é tão importante erradicar esse preconceito. Outro ponto fundamental para se esclarecer é que muitas vezes não existe um planejamento para tal ato. “Muitas vezes a pessoa busca uma maneira de acabar com algum sofrimento e vê na tentativa do suicídio uma saída. Ela não pensa em morrer, ela pensa em uma solução para aquele momento de dor. É importante esclarecer que nem toda pessoa que comete suicídio planejou a ação, pretendia de fato acabar com a vida ou tinha histórico de tentativas”, analisa.

Ana Gabriela ainda salienta que o preconceito de achar que quem comete suicídio é fraco também não é válido. “Vemos pessoas fortes que, em um momento de desespero, só enxergam isso como saída. Julgar o próximo não vai ajudá-lo”. Desde 2014, ocorre no Brasil a campanha do Setembro Amarelo, que é realizada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM). Uma tentativa de levar luz ao assunto.

Foto: MedicalNewsToday

“Quando falamos sobre a prevenção do suicídio, devemos prestar atenção à forma como abordamos o tema. Muitas vezes focamos na morte apenas de pessoas famosas e colocamos uma certa dose de romance no ato, ligando o suicídio ao estilo de vida dessa personalidade, como falta de sono, vida agitada e conturbada, por exemplo. O que é deixado de fora nesses casos, muitas vezes, são as reais causas do suicídio”, diz Ana Gabriela. Ela finaliza alertando que estão no grupo de risco pessoas com esquizofrenia, bipolaridade, borderline e usuários excessivos de drogas e de álcool.

Fonte: Ana Gabriela Andriani é graduada em Psicologia pela PUC-SP, Ana Gabriela Andriani é Mestre e Doutora pela Unicamp. Tem pós-graduação em Terapia de Casal e Família pelo The Family Institute, da Northwestern University, em Illinois, Estados Unidos, e especialização em Psicoterapia Dinâmica Breve pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas/USP. Possui, ainda, aprimoramento Clínico em Fenomenologia Existencial na Clínica Psicológica da PUC-SP. Ana Gabriela acredita que o autoconhecimento influencia diretamente no trabalho, nas relações afetivas e na qualidade de vida.

Neurocientista lança Eita, um app para pessoas em estado de desespero

O aplicativo, que chega no Setembro Amarelo, foi criado a partir das vivências de Anaclaudia Zani Ramos em torno do seu próprio processo psicoterápico, em que teve que lidar com suicídios na sua família e com sua própria ideação suicida

Ela ainda era uma menina quando teve que lidar com um suicídio em sua família – não entendia, mas já sabia que algo ali estava errado. Ao longo dos anos, esse tema virou o cerne de suas questões e, ainda na adolescência, quando enfrentava ideações suicidas e maus pensamentos, Anaclaudia Zani Ramos foi levada a fazer um tratamento para um regime e lá descobriu, por meio do atendimento de uma psicóloga que, na verdade, o que ela tinha era depressão.

Essa história é o ponto de partida de Anaclaudia que, em seu próprio processo psicoterápico, vai buscar desde muito cedo respostas na neurociência para entender sua depressão hereditária e as mortes das mulheres de sua família. Essa jornada a levou às suas formações – 25 anos depois, Anaclaudia Zani Ramos é psicóloga e neurocientista, pesquisadora na área de Neurociência e Desenvolvimento Humano, e criadora de um método exclusivo de mensuração de resultados, o InLuc. Por meio do InLuc, Anaclaudia desenvolve, em cada atendimento que faz, um trabalho com a neurociência aplicada que, por meio de treinos mentais, ajuda as pessoas a promoverem mudanças significativas em suas vidas, trazendo resultados práticos e efetivos e mensuráveis.

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E agora Anaclaudia está lançando um aplicativo, também criado por ela, chamado EITA – Elevar a Inteligência a Treino de Autopercepção. O EITA, que chega em pleno Setembro Amarelo, é uma plataforma de treino de autopercepção que usa a inteligência de cada pessoa e que, a partir disto, auxilia quem estiver em situação de desespero, a fim de que não somatize suas emoções, adoecendo o corpo físico. “O EITA foi pensado para fazer a diferença no mundo a partir do universo de cada um”, conta Anaclaudia.

A neurocientista explica que a inteligência é uma habilidade de resolução de problemas, e que, por isso, e como outra habilidade qualquer, é fundamental treinála. “O EITA age de forma preventiva, uma vez que conseguimos prevenir doenças psicossomáticas através da autopercepção e da nossa resposta emocional a eventos que vivemos”, aponta a psicóloga. “A doença psicossomática acontece quando há desequilíbrio de emoções, gerando o adoecimento do corpo físico”, explica Anaclaudia.

Tecnologia aliada ao acolhimento

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O EITA chega justamente no Setembro Amarelo, como uma forma de ajudar a quem busca saídas. Por ser um aplicativo Web, é acessível em qualquer navegador e de fácil uso. Suas telas são intuitivas, e o usuário, que pode estar num momento de desespero, terá fácil compreensão dos comandos e botões.

O app tem interface intuitiva e o diferencial de não ter robôs na interação com os usuários. Todo o processo começa com a pergunta “Como você está se sentindo hoje?”, dando cinco opções de emoções básicas – feliz, triste, irritado, receoso e enojado. A partir da escolha de apenas uma emoção é que se inicia o diálogo com os facilitadores (psicólogos treinados por Anaclaudia para promoverem o atendimento inicial com o usuário). Esta primeira etapa treina cada um a nomear o que está sentindo. Isto é fundamental para que haja compressão daquilo que o afeta naquele dia ou momento.

Na sequência, o EITA pergunta “por que você está se sentindo assim?”, e abre uma caixa de diálogo para que cada pessoa possa, através da escrita, descrever com detalhes o que a levou a sentir aquela emoção. O objetivo é nomear o que sente, por meio do processo da escrita, administrando narrativa e percepção da emoção. Somente após duas horas é que um dos facilitadores irá responder. “Quando propomos a espera pela resposta, estamos treinando o controle da Ansiedade, e ansiedade nada mais é do que ansiar por algo, e essa espera precisa ter controle”, explica a Anaclaudia.

As conversas e interações acontecem sempre em ambiente seguro. Todos os dados e descrições de emoções permanecerão armazenados de forma segura e somente os facilitadores e a Anaclaudia terão acesso às informações. Com isso, eles poderão avaliar se o atendimento ajudou o usuário a lidar com a situação que ele estava passando. A partir dai, Anaclaudia conseguirá ter base para avaliar o andamento e o resultado.

O EITA oferecerá sete dias grátis de utilização para conhecer o aplicativo. Após esse prazo, haverá a cobrança, a partir da autorização prévia e via cartão de crédito, da utilização mensal, no valor promocional de lançamento de R$ 99,77, que dá direito a quatro soluções de problemas por mês, que se iniciam sempre a partir das escolhas das emoções, e finalizam quando o usuário sinaliza a compreensão do problema apresentado inicialmente. Para baixar o Eita, clique aqui.

Sobre Anaclaudia Zani Ramos

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É pesquisadora na área de Neurociência e Desenvolvimento Humano há 25 anos, palestrante e escritora. Tem formação em Coaching pela International Association of Coaching Institutes-Europe.A partir de seu próprio processo psicoterápico contínuo, Anaclaudia tomou como desafio a busca pelo autoconhecimento, entendimento e aprimoramento pessoal. Durante o longo percurso, inserida num mundo de investigação do desenvolvimento humano, dedicou-se ao entendimento da complexidade do funcionamento cerebral, emocional e comportamental.

Por meio de estudos e pesquisa, criou o InLUC – método de mensuração de resultados criado por ela e que tem como objetivo promover a mudança de paradigmas, apresentando novos conhecimentos e significados sobre o comportamento humano a fim de que as pessoas possam olhar de uma forma diferente para as suas dificuldades diárias. O processo LUC foi inscrito no Internacional Congress of Applied Psychology em Paris e no V Congresso Latinoamericano – ULAPSE, Guatemala 2014. Anaclaudia também é fundadora da ONG Mães de Coração, em parceria com a APAE de Santo André (SP), e tem experiência na área de Gestão de Pessoas e Psicologia Jurídica Institucional junto à Delegacia da Mulher. Outra vertente que atua é na área de Sexualidade individual e conjugal sob o enfoque da Teoria Sistêmica e Processo LUC, dentro das metodologias criadas por ela.

Para saber mais sobre Anaclaudia Zani Ramos, acesse o perfil dela no Instagram  ou o canal no YouTube, com conteúdo sobre neurociência e sua aplicação, além de dicas e informações sobre saúde mental.

Cultura do cancelamento digital reforça importância do Setembro Amarelo

A campanha de prevenção ao suicídio é um dos meios para conscientizar as pessoas e alertar que não existem dificuldades impossíveis

Em meio ao período de isolamento, a campanha de Setembro Amarelo ganhou ainda mais força, infelizmente agravaram-se os números de suicídios nos últimos meses, provavelmente causados pela pandemia. A quarentena já é motivo suficiente para encontrarmos neste ambiente sérias consequências à saúde mental.

E não só isso, a cultura do cancelamento dentro das redes sociais digitais também pode ser considerada umas das causas que levam as pessoas a cometerem o ato. A prática de cancelar alguém surgiu na internet, como uma forma de demonstrar que certas opiniões são inaceitáveis. Contudo, o cancelamento as vezes passa dos limites, acarretando em um número maior de pessoas buscando pela aprovação a todo custo.

Falar sobre a campanha se tornou ainda mais importante, visto que o Brasil já ocupa a oitava posição entre os países que mais cometem suicídios no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O tema merece muita reflexão, uma vez que não existe uma única razão que explique as angústias e sofrimentos das pessoas que decidem pôr fim à própria vida.

“Existe um conjunto de fatores que podem levar uma pessoa a cometer o ato de suicídio, entre eles, a depressão e ansiedade que costumam ser consideradas ‘gatilhos’. Um outro motivo pode ser o sentimento que o cancelamento traz. Dentro das redes existe um grande medo de julgamentos, já que estamos constantemente buscando aprovação de outras pessoas”, afirma o Coordenador do Curso de Psicologia, do Centro Universitário Unimetrocamp, Professor José Anizio Marim.

“O cancelamento é perigoso, pessoas estão recebendo punições que não merecem, e isso acaba expandindo ainda mais os sentimento de ansiedade e depressão, podendo causar reflexões e mudanças de postura. Existe também a possibilidade de isso se tornar um estopim para um encadeamento de pensamentos negativos, que devem ser mais evidenciados neste Setembro Amarelo”, completa o professor.

O intuito do Setembro Amarelo é conscientizar o quanto a vida é importante, e alertar as pessoas de que não existem problemas ou dificuldades impossíveis. Além de dar informações, entender os motivos de cada pessoa, conversar e demonstrar empatia são passos fundamentais para impedir os pensamentos de querer terminar com a vida.

Fonte: Centro Universitário Unimetrocamp

Reflexões sobre a tentação que temos em comparar nossa vida com a dos outros continuamente*

No momento em que retomamos discussões e reflexões sobre a prevenção do suicídio neste Setembro Amarelo, temos importantes apontamentos a serem observados. Lembrando que um dos principais deles é não se esquecer de que pensar na prevenção do suicídio – e em ajudar a impedir potenciais candidatos de tirar sua vida – deve ser feito ao longo dos 365 dias do ano. A cada minuto alguém pode estar entrando em estado de total desespero, desamparo e depressão, a ponto de enxergar apenas o suicídio como uma solução definitiva e cruel para aninhar sua angústia.

Uma situação dramática como essa aponta um fator que, com o advento tecnológico e as inovações de redes sociais, fica muito mais evidente: a necessidade que o ser humano possui em estar sempre comparando sua vida com a dos outros, diante das exposições jogadas e expostas nas mídias. Comparar-se é natural, pois estamos em constante busca de critérios para julgar o certo e o errado.

Buscamos referências a todo custo. E as redes sociais nos proporcionam isso com muita facilidade, já que se apresenta como um território bem fértil para adventos comparativos. Mas a maior questão é que devemos nos conscientizar de que existe o lado bom e o lado ruim de tudo. Lembra da história de que a grama do vizinho é sempre mais verde que a nossa? Não. Ela não é. O que ocorre é que o é demonstrado nas redes é o que o outro deseja mostrar. A parte que lhe importa. Nem sempre aquela pessoa da foto, com o sorriso mais lindo em um dia ensolarado, está mesmo tão feliz como está aparentando. O que se passa dentro de cada um não pode ser genuinamente evidenciado de forma real.

Cada um possui uma individualidade e vive um determinado contexto particular. Portanto, o maior cuidado que devemos tomar é buscar entender que a internet é uma vitrine irreal. Se a comparação for desigual, certamente o indivíduo que já se encontra fragilizado ou depressivo por qualquer que seja o motivo poderá ter sua autoestima afetada, a partir da criação de falsas expectativas e falsas ilusões – correndo o risco de entrar em um processo de negação de sua própria realidade, recusa de sua trajetória individual e estará sujeito a deixar de trabalhar os mecanismos de ponderação de sua essência.

Na prática, quando ficamos limitados a ver a vida do outro por um único ponto de vista, somos tentados a entrar em armadilhas ilusórias que alimentam apenas o que nos convém. Fortalece os desejos fantasmagóricos que temos em mente, contribuindo para que possamos nos sentir mais inferiorizados, sem ter o discernimento de enxergar que todos temos bons e maus momentos. Situações alegres, positivas, mas também difíceis e angustiantes. E está tudo bem. Isso é perfeitamente normal.

E aqui entra a necessidade, em muitos casos, de se tirar a própria vida, movido por uma tentativa frustrada de evidenciar uma tristeza instalada e mal compreendida. Tristeza que dói. E o ato de suicídio é exatamente uma infeliz decisão de se eliminar essa dor. Portanto, ao perceber que as conquistas do outro estão criando empecilhos para que você consiga criar e valorizar seus próprios passos, ligue seu botão de alerta. Conscientize-se de que cada ser humano é único e tem emoções e sentimentos muito peculiares.

Desejos, metas e conquistas são inerentes a todos. E se o outro consegue, você também pode conseguir. É importante avaliar e refletir o que possa estar lhe impedindo de ter um olhar mais crítico para perceber o que o afasta de sua felicidade. Só quando nos organizamos por dentro é que as coisas começam a tomar forma e a caminhar de vez em todos os sentidos de nossa vida.

Enfim, como mudar essa energia? Como alterar esses pensamentos limitantes? Saiba que uma situação não pode ser mudada apenas se enchendo de certezas negativas. Ao se comparar com os outros, ninguém está te julgando mais do que você mesmo. Fato é que estamos comprometidos com situações que podem nos impedir de seguir em uma busca por uma mente mais saudável. Buscamos respostas e nem sempre as encontramos de imediato. Portanto, encare sua própria mudança interna.

Não se compare a ninguém. Somos seres divergentes. Lições, experiências, necessidades e trajetórias diferentes. O outro não é tão grande e especial assim como lhe parece. Não se sinta insignificante ou menor com aquilo que está sendo exposto em uma rede social. Aprenda a lidar com seus defeitos, pois estes temos todos, até mesmo o carinha mais feliz da internet.

Aquele que parece perfeito e esbanja felicidade a todo minuto, mas que lá no mais profundo do íntimo pode estar tão destruído emocionalmente que não demonstra, não verbaliza ou mesmo não busca ajuda profissional. Veste apenas uma máscara irreal e fica preso a seus sabotadores. Lidamos com dificuldades diariamente e disso ninguém escapa. Fuja da tentação de entrar na desilusão imposta por um feed perfeito, que retrata apenas melhores momentos com filtros aplicados.

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Portanto, valorize sua vida. Valorize cada dor, cada dúvida e cada conquista. Aprenda que é permitido crescer tanto com as coisas boas quanto com as ruins que acontecem conosco. Tirar a vida por se sentir inferiorizado não o tornará vencedor. Será vitorioso ao conseguir reconhecer suas falhas, suas forças e dentro desse cenário poder promover um autoconhecimento que lhe permita ressaltar suas qualidades e evidenciar o que tem de melhor.

Não meça sua vida pela régua dos outros. Lamentar aquilo que não se tem é uma forma de desperdiçar o que já possui de melhor. Sua vida importa – e muito. Pense nisso e vida cada mais feliz e realizado, perseguindo seus objetivos e conquistando seus espaços merecidos.

Foto: Pedro Costa

*Andréa Ladislau é psicanalista, Doutora em Psicanálise, palestrante, colunista da Academia Fluminense de Letras, Gestora em saúde, Representante Internacional (USA) da University Miesperanza