Arquivo da categoria: síndrome do intestino irritável

Linha de Ovos de Chocolate Loov traz lançamentos do grupo VRG Foods para Páscoa

São quatro opções de ovos da linha Loov, todos elaborados com leite de coco, apresentados no formato meio ovo recheado, com 250 g ou 125 g, zero açúcar, zero leite, zero glúten e zero soja. São opções saudáveis, veganos e perfeitos para quem ama chocolate mais docinho e indulgente


 Virgínia de Ávila Dias, Fundadora e CEO da VRG FoodsFoto: Divulgação

Para Virgínia de Ávila Dias, Fundadora e CEO da VRG Foods, “A Páscoa sempre foi um momento muito importante para nós, não só pelo simbolismo, mas por termos a honra de entregar um chocolate saudável e de qualidade à todas as pessoas que se preocupam com a alimentação e a saúde, e a todos que possuem restrições alimentares, tanto alergias ou intolerâncias, diabetes ou até mesmo os vegetarianos e veganos. Com o cenário pandêmico, conseguimos perceber que existe uma preocupação muito maior em relação a alimentação. As pessoas estão se alimentando melhor, cuidando da saúde e da imunidade. Temos um público muito fiel, não apenas por necessidade devido as restrições alimentares, mas por fidelização ao produto e à marca, pois conhecem a qualidade premium – tanto de composição nutricional, quanto sensorial. Temos o público que gosta mais dos chocolates com alto teor de cacau — Chocolife, o que gosta de chocolates docinhos e se identifica mais com os chocolates e cremes Loov, e os que gostam de ambos”.

Os Ovos de Páscoa Loov são diferenciados e aliam saudabilidade a sabor
 

Ovo Loov Gianduia Ao Leite de Coco: Meio ovo de páscoa de chocolate ao leite de coco com creme de avelã e cobertura de chocolate branco ao leite de coco com avelãs – 250g. Valor sugerido de venda: R$ 109,00.

Ovo Loov Gianduia Branco Ao Leite de Coco: Meio ovo de páscoa de chocolate branco ao leite de coco com creme de avelã e cobertura de chocolate ao leite de coco com avelãs — 250g. Valor sugerido de venda: R$ 109,00.

Ovo Loov Brown: Meio ovo de páscoa com recheio cremoso, cobertura de chocolate ao leite de coco e flocos de arroz — 125g. Valor sugerido de venda: R$ 54,00.

Ovo Loov Snow: Meio ovo de páscoa com recheio cremoso, cobertura de chocolate ao leite de coco e flocos de arroz — 125g. Valor sugerido de venda: R$ 54,00.

Caixas de Páscoa Loov para Presentes

Opções presenteáveis da marca Loov para a Páscoa 2022 

As Caixas de Páscoa Presenteáveis Loov estão disponíveis aos consumidores no site da Chocolife  em diversas versões e valores, excelentes opções para presentes.

Os chocolovers poderão compor sua Caixa de Páscoa, com itens da linha Loov, como sticks, bombons e cremes, e outras apenas com os Ovos de Páscoa.

As compras feitas pela Loja Virtual da Chocolife são entregues para todo o Brasil.

Volume de Produção da VRG Foods para Páscoa 2022

A VRG Foods tem previsão de consumir 25 toneladas de insumos de cacau, em média, produzir 50.000 ovos até o final da Páscoa, o que representa somando ovos e outros itens 50 toneladas. Em relação às vendas, a empresa espera crescer 40% em relação a 2021.

A empresa tem 40 colaboradores contratados em regime CLT e o objetivo da empresa é, com expansão das atividades, ampliar o número de colaboradores diretos e consequentemente os postos de trabalho indiretos.

Certificação FODMAP Friendly

De acordo com Ana Alves, nutricionista da VRG Foods, “o selo australiano assegura e atesta produtos voltados à pessoas que possuem síndrome do intestino irritável ou qualquer sensibilidade intestinal e não podem consumir carboidratos fermentáveis. A certificadora analisa toda a composição de ingredientes e suas quantidades, para ter a segurança de que aquele alimento não causará nenhum desconforto intestinal como cólica, flatulência ou até mesmo diarreia.

Os produtos da marca Snew e da linha Chocolife SuperFoods possuem a certificação FODMAP Friendly. É a única empresa no Brasil que tem esta certificação. A empresa buscou certificação FODMAP Friendly por ter em seu DNA a tecnologia e inovação. O intuito foi entregar algo a mais, além do diferencial que a VRG Foods já tinha na sua linha.

 Sobre a VRG Foods

Cacau de origem amazônica e da agricultura familiar- fomento à sustentabilidade da floresta

Há 15 anos no mercado, detentora das marcas Chocolife, Loov, Snew e Empreenda Saudável, a VRG Foods tem no DNA o desenvolvimento de produtos funcionais, saudáveis, sem açúcar, sem glúten, sem proteína do leite e sem lactose, o que isso agrega valor e atende um nicho de mercado que procura esse perfil de alimento. A empresa também atua com loja virtual própria.

A VRG Foods apoia o pequeno agricultor e fomenta o ingrediente nacional em seus produtos. Utiliza cacau brasileiro, de origem amazônica e da Agricultura Familiar. Com isso, a empresa consegue contribuir diretamente de forma positiva na economia, bem como para o reflorestamento da floresta amazônica. Para o consumidor que possui essa preocupação tanto econômica quanto ambiental, é uma percepção que soma um diferencial muito impactante para a marca.

Varejo, food service e vendas pelos canais virtuais

A empresa atende nacionalmente tanto em lojas físicas como em sua loja virtual própria. Em termos percentuais as vendas estão representadas da seguinte forma: 15% são operados na loja virtual e 85% estão distribuídas entre o canal Varejo e Food Service.

Para mais informações acesse o site:

A VGR Foods está presente em todas as plataformas sociais: Instagram e Facebook / Canal no Youtube – WhatsApp: (11) 97041-2226

Pandemia aumenta casos de gastrite e síndrome do intestino irritável

No HCor, internações pelas doenças gastrointestinais cresceram 15%; cirurgião do aparelho digestivo do hospital relata maior presença de pacientes com esses quadros também nos ambulatórios

Estresse, má alimentação, ingestão de álcool e automedicação. Todas essas circunstâncias ampliadas durante a pandemia podem estar motivando o aumento de casos de gastrite e síndrome do intestino irritável (SII) neste último ano.

Um levantamento epidemiológico do HCor, hospital multiespecialista em São Paulo, apontou um crescimento de 15% nas internações de pacientes com um desses dois diagnósticos. Nos consultórios, segundo o cirurgião do aparelho digestivo da instituição, André Siqueira, o movimento não foi diferente. A análise utiliza dados de 2019 em comparação ao ano de 2020.“Temos visto no ambulatório um maior número de casos de pessoas com problemas gastrointestinais, sobretudo gastrite e síndrome do intestino irritável, que são doenças muito relacionadas ao estresse, de grande fundo emocional”, comenta.

Para o médico, no curto prazo, é possível que esses pacientes tenham apresentado dores de estômago e alterações do ritmo intestinal, por exemplo. Agora, com mais de um ano de pandemia, os quadros chegaram a diagnósticos mais específicos e até mesmo agravados.

Apesar de considerar as questões emocionais o principal fator para essa crescente de casos, Siqueira relembra que os hábitos alimentares da população durante o isolamento sofreram mudanças significativas, sem falar nos relatos de pessoas que passaram a consumir bebidas alcoólicas mais frequentemente – ou até diariamente.

“Vale lembrar também que o medo de procurar ambientes hospitalares e a tentativa de se prevenir da Covid-19 levou muita gente a se automedicar, e que alguns remédios têm como efeitos colaterais comuns impactos no aparelho digestivo”, destaca.

Gastrite e síndrome do intestino irritável: como diagnosticar

A gastrite é uma inflamação, infecção ou erosão no revestimento do estômago, podendo ser aguda (com duração de pouco tempo) ou crônica. O quadro é manifestado por sinais como indigestão, queimação, vômitos ou dores abdominais.

O diagnóstico da doença costuma considerar o histórico clínico do paciente e ser complementado com a realização de endoscopia. O exame é feito sob sedação, através de um tubo flexível que possui um chip responsável por capturar as imagens do sistema digestivo por meio de uma câmera.

Já a síndrome do intestino irritável, ou síndrome do cólon irritável, é um distúrbio na motilidade intestinal (capacidade que o intestino tem de realizar movimentos autônomos). A doença é caracterizada por episódios de desconforto abdominal, dor, diarreia e prisão de ventre, presentes pelo menos durante 12 semanas, consecutivas ou não.

Embora não exista um exame específico para diagnóstico da síndrome, alguns testes podem ser propostos para descartar a existência de doenças similares. São eles: exames de sangue, cultura de fezes e colonoscopias, esse último realizado também sob efeito sedativo, de forma indolor.

“A colonoscopia é um exame que permite observar o revestimento interno do intestino grosso e a parte final do intestino delgado. O procedimento requer dieta prévia e o uso de laxativos mais fortes para a limpeza do conteúdo intestinal, porém, para minimizar o mal estar durante a preparação, o paciente pode optar por fazer o preparo dentro do ambiente hospitalar, com acompanhamento especializado”, explica Paula Poletti, médica endoscopista do HCor.

Hábitos saudáveis e cuidados com a saúde mental

Algumas mudanças no estilo de vida podem melhorar o funcionamento do aparelho digestivo, tais como preferir os alimentos naturais – que possuem alto valor nutricional – e evitar os industrializados, que são extremamente calóricos e contêm aditivos artificiais que prejudicam a saúde.

Além disso, diminuir o consumo de sal, açúcar e gorduras hidrogenadas e aumentar a ingestão de fibras é recomendado em qualquer fase da vida.

Adobe Stock

Dentre outros hábitos saudáveis, o cirurgião pontua a importância de comer devagar e mastigar bem os alimentos; não fazer refeições distraído, enquanto conversa, assiste televisão ou faz qualquer outra atividade; e tomar uma quantidade adequada de líquido ao longo do dia, para ter uma boa hidratação.

Fora da mesa, para combater o estresse, a recomendação é reservar alguns momentos do dia para relaxar, além de praticar exercícios regularmente e investir em boas noites de sono.

Fonte: HCor

Como doenças funcionais do aparelho digestivo impactam na qualidade de vida do paciente*

A maioria das pessoas não sabe que o maior e mais complexo sistema do corpo humano é o aparelho digestivo. Constituindo-se por um longo tubo que começa na boca, passa pelo esôfago, segue pelo estômago, intestino delgado, intestino grosso e, por fim, o esfíncter anal, além de estar ligado a dois importantes órgãos: o fígado e o pâncreas.

Esta maravilhosa máquina é capaz de executar muitas funções independentes em cada setor, mas, de alguma maneira, estão interligadas. Podemos compará-la à regência de uma orquestra, composta por vários instrumentos que, juntos e em perfeita harmonia, produzem um concerto encantador. Da mesma maneira, o aparelho digestivo produz o milagre da perpetuação de nossa espécie por meio da manutenção do processo de absorção e transformação dos vários elementos nutritivos necessários à nossa vida.

Representando o grande maestro, temos o sistema nervoso entérico (SNE). Uma complexa rede, formada por neurônios e gânglios nervosos, denominados plexos, que se interligam e executam multitarefas com relação à condução, absorção de proteínas, gorduras, vitaminas e eliminação de produtos desprezados pelo processo de excreção. Há também o mecanismo de reciclagem, como é o caso do ferro, no qual aproveitamos 98% daquilo que perdemos, em função da sua reabsorção no intestino grosso.

Outra comparação que podemos fazer é à uma fábrica, em que as máquinas e engrenagens são orientadas por um sistema micro e comandados por um sistema maior. No caso do sistema digestivo, o cérebro (sistema nervoso central) ajuda a regular algumas funções. O termo “eixo cérebro intestinal” representa esta interação e, por meio dele, é possível observar que um sistema influencia o outro.

Por exemplo, quando subimos em uma montanha russa e estamos no ponto mais alto do brinquedo, sentimos um “frio na barriga”, que nada mais é do que uma manifestação da emoção, do medo, causado pelo nervo vago que emerge do sistema nervoso central e que excita o sistema nervoso entérico e produz a sensação de desconforto na região central da barriga.

Portanto, podem existir múltiplos pontos para o descontrole deste complexo sistema. Como é uma rede interligada, para algumas funções é preciso que outras aconteçam antes, durante ou depois do processo digestivo.

Para se ter uma ideia, uma alimentação mal mastigada tem dificuldade de ser transportada no esôfago e, quando chega ao estômago, demora para ser digerida. Por conta disso, o processamento do alimento é dificultado, atingindo os intestinos que ainda não estão prontos para a absorção de nutrientes e podem, eventualmente, influenciar o funcionamento intestinal para mais ou para menos. Muitas situações são decorrentes dos nossos hábitos de vida, do tipo de alimentação, podem ser consequências de outras doenças, pós estados tóxicos ou infecciosos ou por alteração de estados emocionais. Existem vários fatores em conjunto e individuais que podem determinar uma disfunção em um setor específico ou então em vários que se interdependem.

As doenças funcionais digestivas constituem o maior contingente de motivos para consultas e exames em todo o mundo, pois são universais, atingindo todas as etnias, classes sociais e faixas etárias.

Podemos dizer que as síndromes mais frequentes são a Dispepsia Funcional, a Síndrome do Intestino Irritável e a Constipação Intestinal Funcional. Como característica principal e comum entre elas, apresentam sintomas diários ou intermitentes que tiram a qualidade de vida do indivíduo, com longa duração, menos ou mais intensos, impedindo que as pessoas atingidas por essas síndromes tenham uma vida com mais conforto.

Dispepsia Funcional

Foto: MD-Health

Caracterizada por sintomas que sugerem o acometimento do estômago ou do duodeno na ausência de qualquer anormalidade de natureza orgânica, estrutural ou metabólica que possa explicar o quadro. Os sintomas mais comuns são dor na região do estômago, difícil digestão, peso ou de estufamento no abdômen alto, regurgitação e arrotos frequentes.

Síndrome do Intestino Irritável

A síndrome do intestino irritável caracteriza-se pela combinação dos principais sintomas: dor ou desconforto abdominal e alterações bem definidas do hábito intestinal, como constipação ou diarreia. Essas manifestações têm intensidade variável, piorando com alguns tipos de alimentação em determinadas épocas de vida. Não existem também alterações estruturais ou orgânicas que os justifiquem.

Constipação Intestinal Funcional

Muito frequente em nossa era, a constipação intestinal funcional caracteriza-se pela dificuldade de evacuar em diferentes intensidades, com presença de fezes endurecidas, havendo muito esforço para o movimento evacuatório, associada com frequência à sensação de abdômen inchado e dor no baixo ventre.

Diagnóstico

Para diagnosticar qualquer doença funcional, o médico tem que excluir causas orgânicas mais graves como inflamações, tumores ou doenças metabólicas. Para isso, é necessário solicitar exames especializados, que são realizados muitas vezes ao longo da vida de um indivíduo.

Neurogastroenterologia

iStock

As doenças funcionais são um grande desafio e derivaram uma nova especialidade: a neurogastroenterologia. Temos evoluído muito nos últimos anos no conhecimento para a compreensão destas alterações, mas ainda há um longo caminho para percorrer até o entendimento de toda a complexidade.

É possível afirmar que cada paciente tem um perfil geral comum, mas com respostas distintas, evolução em tempos diferentes, podendo-se dizer que cada um tem a sua doença funcional e o desafio do médico é saber interpretar e entender como funciona ou não o maior órgão do corpo humano naquele indivíduo.

*Ricardo Guilherme Viebig é Diretor Técnico do Núcleo de Motilidade Digestiva de Neurogastroenterologia (MoDiNe) do Hospital IGESP e Presidente da Sociedade Brasileira De Motilidade Digestiva e Neurogastroenterologia.

Estresse, depressão e ansiedade são gatilhos das crises da SII, afirma médica

Marcella Garcez é médica nutróloga, mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da PUCPR e diretora da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia). Nesta entrevista, ela fala um pouco sobre a síndrome do intestino irritável e dá algumas dicas de alimentação e como ter uma vida mais saudável, mesmo tendo o distúrbio.

Ela começa explicando que síndrome do cólon irritável (outro nome dado à SII) é um distúrbio na motilidade intestinal, sem associação com alterações de estruturais do trato digestório, nem disfunções bioquímicas. Geralmente, se caracteriza por episódios de desconforto, dor e distensão abdominal, podendo estar acompanhados de diarreia e constipação.

Para Marcela, identificar a SII pode ser um pouco mais trabalhoso: “O diagnóstico não é fácil, pois ela pode ser confundida com algumas doenças mais graves, mas também não é tão difícil. O diagnóstico é essencialmente clínico, geralmente baseado nos sintomas, na ausência de sinais relevantes verificados no exame físico e, eventualmente, na visualização direta do intestino por meio de colonoscopia, para descartar diagnósticos diferenciais”.

Para ela, os casos têm se tornado mais comum em consultórios porque o estresse é um fator desencadeante importante e, claro, esse sintoma tem aumentado muito atualmente. “Doenças psiquiátricas como depressão e ansiedade também são gatilhos das crises”, admite a médica. “Assim como hábitos alimentares, como o consumo exagerado de alimentos ultraprocessados e pró-inflamatórios aliados a um estilo de vida inadequado, com má qualidade de sono e sedentarismo”, completa.

Sabemos que muitas pessoas com a síndrome acreditam que ela seja causada apenas pela alimentação, mas há estudos que comprovam que o cérebro e as emoções são as origens. Marcella explica que no aparelho digestivo são sintetizadas a maior parte das substâncias chamadas neurotransmissores, como a serotonina, que atuam levando sinais e estímulos ao sistema nervoso e este manda sinais ao organismo para sintetizar mais ou menos deles.

“Essa comunicação entre o cérebro e o intestino deve ocorrer de forma adequada e depende de vários fatores, como dieta, equilíbrio da microbiota intestinal, prática moderada de atividade física, uma boa qualidade de sono e um controle adequado do estresse”, aconselha a médica.

E, como em outros problemas de saúde, as mulheres são as mais atingidas pela SII. Marcella admite que nesse caso, o problema pode estar ligado a outros, como a endometriose ou a piora dos sintomas durante o período menstrual: “A endometriose, por exemplo, é uma doença inflamatória que, por si só, pode ter sintomas parecidos com os do cólon irritável. Porém, se as duas disfunções estiverem presentes, os sintomas das duas situações serão exacerbados”, alerta.

Dieta FODMAP

Marcella explica o que é esta dieta: FODMAP é uma sigla para designar carboidratos osmóticos, geralmente fibras, que podem ser de difícil digestão para algumas pessoas: fermentable oligosaccharides, disaccharides, monosaccharides and polyols. São alimentos carboidratos fermentáveis não digeridos pelo trato digestivo humano, entre os principais estão os oligossacarídeos, fruto-oligossacarídeos (FOS) e galacto-oligossacarídeos (GOS), dissacarídeos como a lactose e monossacarídeos como a frutose. No grupo dos polióis estão principalmente o sorbitol e o manitol.

“A dieta de baixo FODMAP é prescrita temporariamente, até que os alimentos gatilhos sejam identificados, pois, como o aporte de prebióticos da dieta é baixo, se for mantida por muito tempo pode levar a quadros de constipação e disbiose (desequilíbrio da flora bacteriana intestinal que reduz a capacidade de absorção dos nutrientes e causa carência de vitaminas). Por ser uma dieta que oferece riscos, deve obrigatoriamente ter orientação profissional”, frisa a médica.

Entre os alimentos ricos em FODMAPs, ela lista o xarope de milho, mel, maçã, pera, manga, aspargos, cereja, melancia, sucos de frutas, leite de vaca, de cabra e de ovelha, iogurte, nata, creme, queijo ricota e cottage, cebola, alho, alho-poró, trigo, cuscuz, farinha, massa, centeio, caqui, chicória, alcachofra, beterraba, cenoura, quiabo, chicória, couve, lentilhas, grão-de-bico, feijão, ervilha, soja, damasco, pêssego, ameixa, lichia, couve-flor, cogumelos.

Para quem sofre com a SII, ela aconselha tratamento clínico com reeducação alimentar e mudanças de estilo de vida e o uso de medicamentos sintomáticos. Os tratamentos com probióticos suplementares específicos e individualizados também podem ajudar. “Porém, se os sintomas forem muito prevalentes, a pessoa deve procurar atendimento médico, para descartar outras patologias, identificar os gatilhos, reorganizar a dieta e o estilo de vida”, diz Marcella.

Ela enfatiza que a dieta é o ponto central tanto para desencadear os sintomas, se estiver desequilibrada, quanto para o tratamento por meio das mudanças de hábito alimentares.

Porém, não há nada mágico que possa ajudar: “Não há uma receita para o público em geral, porque os alimentos que são causadores de desconforto digestivo para alguns portadores de SII, não são para outros. Porém, uma dieta equilibrada, variada e o mais natural possível, aliada à boa ingestão de água e estilo de vida saudável são boas dicas para todos”, finaliza Marcella.

Marcella Garcez é médica nutróloga, mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da PUCPR, diretora da Abran e docente do Curso Nacional de Nutrologia da entidade. Membro da Câmara Técnica de Nutrologia do Conselho Regional de Medicina do Paraná, Coordenadora da Liga Acadêmica de Nutrologia do Paraná e Pesquisadora em Suplementos Alimentares no Serviço de Nutrologia do Hospital do Servidor Público de São Paulo.

Especialista desvenda alguns mitos e verdades sobre Síndrome do Intestino Irritável

Especialista do Hospital 9 de Julho diz que tensão provocada pela pandemia pode desencadear quadro em pessoas que sofrem com o problema

A Síndrome do Intestino Irritável (SII) é um distúrbio do funcionamento intestinal que não está ligado necessariamente a uma lesão, alteração estrutural ou inflamação, mas que causa muito desconforto e dor e interfere diretamente na qualidade de vida. O paciente que sofre com esse problema convive com desarranjos intestinais frequentes, prisão de ventre e diarreia, cólicas e sensação frequente de estufamento abdominal.

Daniel Machado Baptista, médico gastroclínico do Centro de Doença Inflamatória Intestinal do Hospital 9 de Julho, explica que a Síndrome do Intestino Irritável pode ser caracterizada por mudanças na frequência da evacuação por longo período associada à dor abdominal presente pelo menos uma vez por semana, por mais de três meses.

Por não ser acompanhada de mudanças estruturais significativas no intestino, a síndrome pode ser difícil de identificar. O diagnóstico é feito pelo histórico do paciente e por diferencial – ou seja, avaliando os sintomas e realizando exames para descartar outros problemas como infecções, inflamações ou intolerância a determinados alimentos.

A SII ainda é cercada por muito desconhecimento. Para esclarecer as principais dúvidas, listamos abaixo mitos e verdades relacionados à doença.

mulher-deitada-dor

A Síndrome do Intestino Irritável não tem cura
Verdade. Esta é uma doença crônica que não tem cura, mas ela se manifesta em ciclos e a pessoa pode passar longos períodos da vida sem sentir incômodo. E, quando os sintomas surgem, é possível proporcionar alívio. O tratamento indicado pelos especialistas varia a cada caso, mas pode ser feito com medicamentos que diminuem a sensibilidade intestinal e reequilibrando a microbiota, afirma o médico. Mudanças na alimentação, atividade física e gerenciamento de estresse e ansiedade também colaboram para a melhora.

homem dor estomago barriga

A Síndrome do Intestino Irritável é uma doença psicológica
Mito. Daniel conta que ela pode ser provocada por um distúrbio na interação entre o cérebro e o intestino, uma sensibilidade exacerbada aos estímulos intestinais ou uma alteração na microbiota (grupo de micro-organismos) da região. Fatores emocionais como estresse, depressão e ansiedade têm influência no quadro, mas não são os responsáveis.

estresse__cansaco__tristeza

A síndrome pode ser agravada pelo estresse
Verdade. O especialista explica que o estresse não é causador, mas a manifestação desse distúrbio está diretamente ligada à saúde mental e os sintomas podem ser desencadeados por essa e outras questões emocionais, como ansiedade ou depressão. “Nesse período de pandemia e isolamento, de grande impacto na saúde mental, houve um aumento das queixas de sintomas relacionados à síndrome”, diz o gastroenterologista.

frutas-vermelhas

O controle da SII depende apenas de uma boa alimentação
Mito. “A doença é causada por alterações no organismo e não pode ser atribuída apenas a hábitos alimentares”. Uma rotina saudável de alimentação e a prática de exercícios contribui para diminuir os sintomas e melhorar a qualidade de vida, mas não bastam para controlar a doença.

peso-fita-metrica-balanc3a7a

A SII causa emagrecimento
Mito. Apesar do desconforto e de episódios de diarreia, a síndrome não está diretamente ligada à perda de peso. O médico alerta que, se o paciente apresentar emagrecimento repentino, deve informar ao especialista para investigar as possíveis causas.

medico-consulta

A Síndrome pode evoluir para problemas mais sérios, como câncer
Mito. “Apesar de causar desconforto, a doença não traz prejuízos para a saúde em longo prazo”, finaliza.

Fonte: Hospital 9 de Julho

O que saber sobre a SIBO e seu tratamento

Uma pessoa com a síndrome do supercrescimento bacteriano do intestino delgado tem muitas bactérias nessa região. Esse desequilíbrio bacteriano no intestino pode causar inchaço, diarreia e dor

Síndrome do supercrescimento bacteriano do intestino delgado, conhecida como SIBO (sigla em inglês para o problema) é mais comum do que os médicos pensavam anteriormente. É mais provável que afete mulheres, adultos mais velhos e pessoas com problemas digestivos, como a síndrome do intestino irritável (SII).

Sinais e sintomas

barriga inchada gezonderleven

Os sinais e sintomas da SIBO são semelhantes aos de outros distúrbios digestivos, como SII e intolerância à lactose. Eles podem variar em gravidade, desde um leve desconforto estomacal até diarreia crônica, perda de peso e uma capacidade reduzida de absorver nutrientes dos alimentos (má absorção).

SIBO afeta diretamente o intestino, causando problemas digestivos desconfortáveis. Os sintomas incluem:

=dor de estômago
=inchaço
=diarreia
=prisão de ventre
=náusea
=perda de peso involuntária

Causas

Esse supercrescimento bacteriano pode acontecer quando bactérias de uma parte do trato digestivo viajam para o intestino delgado ou quando bactérias naturais no intestino delgado se multiplicam demais.

As pessoas podem experimentar a SIBO como resultado dos seguintes fatores:

=movimento anormalmente lento do sistema digestivo
=baixos níveis de ácido estomacal
=anormalidades físicas do intestino delgado
=sistema imunológico enfraquecido

Fatores de risco

Pessoas com certas condições médicas são mais propensas a ter SIBO. Os médicos consideram a SIBO como uma complicação das seguintes condições:

=cirrose
=Doença de Crohn
=doença celíaca
=hipotireoidismo
=HIV
=diabetes
=SII
=esclerodermia
=fibromialgia

Outros fatores de risco para SIBO incluem:

=ser idosa(o)
=ser mulher
=uso a longo prazo de inibidores da bomba de prótons (IBPs), que são medicamentos que reduzem a produção de ácido estomacal
=cirurgia intestinal anterior
=tendo completado recentemente um tratamento com antibióticos
=beber álcool

Diagnóstico

medico-consulta

SIBO causa uma ampla gama de sintomas inespecíficos com vários graus de gravidade, o que pode dificultar o diagnóstico. Para diagnosticá-la, o especialista perguntará sobre os sintomas e o histórico médico de uma pessoa. Ele pode sondar o abdome em busca de sinais de excesso de gás ou inchaço. Se suspeitar de SIBO, provavelmente recomendará um teste de respiração.

Um teste de respiração mede a concentração de hidrogênio e metano na respiração de uma pessoa. Os resultados informam ao médico sobre a gravidade e localização do supercrescimento bacteriano no intestino.

O teste de respiração funciona porque as bactérias produzem hidrogênio e metano quando decompõem os carboidratos no intestino. Essas moléculas de hidrogênio e metano entram na corrente sanguínea, viajam para os pulmões e deixam o corpo pela respiração.

As pessoas devem jejuar por 24 horas antes de passar por um teste de respiração. Durante o teste, o indivíduo vai beber uma bebida de lactulose de açúcar antes de respirar em um balão ou um conjunto de tubos em intervalos regulares. Um médico pode precisar coletar amostras de sangue, urina ou líquido intestinal para análises laboratoriais se os resultados do teste respiratório não forem claros.

Tratamento

Os médicos tratam a SIBO prescrevendo antibioticoterapia e recomendando mudanças na dieta. As pessoas que desenvolvem desnutrição ou ficam desidratadas devido à SIBO também precisarão de nutrientes e fluidos fornecidos por meio de um gotejamento intravenoso (IV).

Antibióticos de amplo espectro podem estabilizar a microbiota intestinal, reduzindo o número de bactérias intestinais. Abordar a condição subjacente é a única maneira de curar a SIBO.

As mudanças dietéticas são úteis para o manejo da SIBO, mas há poucas evidências concretas para confirmar qual é a melhor dieta específica. Os médicos ainda não entendem completamente o papel das mudanças dietéticas no tratamento da SIBO.

As pessoas também se beneficiarão do tratamento de quaisquer condições médicas subjacentes, como doença celíaca ou diabetes, que contribuam para a SIBO.

Dieta SIBO

As bactérias do intestino se alimentam de carboidratos. Em geral, a dieta SIBO limita a ingestão de carboidratos para evitar o crescimento de bactérias. As pessoas também podem se beneficiar de uma dieta pobre em alimentos fermentáveis ​​ou FODMAPs.

Os FODMAPs são carboidratos de cadeia curta que estão comumente presentes em produtos lácteos, grãos e certas frutas e vegetais. Reduzir a ingestão desses alimentos pode aliviar os sintomas da SIBO e ajudar as pessoas a identificar os alimentos que as provocam.

Alimentos FODMAP incluem:

getty images laticinios

=oligossacarídeos: trigo, leguminosas, cebola, espargos
=dissacarídeos (lactose): leite, iogurte, manteiga, queijos macios
=monossacarídeos (frutose e glicose): frutas, mel, alimentos com adição de açúcares
=polióis: frutas que contêm caroços (por exemplo, cerejas e pêssegos), maçãs, cogumelos, vagens

A dieta elementar é outra opção para pessoas com SIBO. É uma dieta baseada em líquidos que os médicos usam para tratar doenças digestivas graves. Essa dieta fornece nutrientes de forma fácil de digerir, possibilitando que o corpo absorva a maioria deles antes que as bactérias possam se alimentar deles.

Embora a dieta elementar pareça promissora, é cara, complicada e não sustentável. As pessoas não podem comer alimentos sólidos ou bebidas que não sejam água durante a dieta. É vital falar com um médico antes de tentar praticá-la.

Diferentes mudanças na dieta funcionam para pessoas diferentes, dependendo de seus sintomas e de como reagem a alimentos específicos. As pessoas que têm SIBO podem trabalhar com um médico ou nutricionista para adaptar sua dieta para gerenciar seus sintomas.

Complicações

SIBO- intestino sepalika
Ilustração: Sepalika

Populações anormalmente grandes de bactérias no intestino delgado podem ter efeitos negativos em todo o corpo. Supercrescimento bacteriano pode dificultar a absorção de gorduras e carboidratos dos alimentos. Também pode levar a deficiências de vitaminas e excesso de gases.

Outras complicações que uma pessoa com SIBO pode experimentar incluem:

=intestino gotejante
=desnutrição
=desidratação
=dor nas articulações
=prisão de ventre
=encefalopatia hepática (declínio da função cerebral devido a doença hepática grave)

Prevenção

Young woman running in wood, training and exercising for trail r
Pexels

Muitas pessoas relatam sintomas de SIBO meses após completarem a antibioticoterapia. A prevenção é um componente vital do gerenciamento da SIBO.

As pessoas geralmente desenvolvem SIBO como resultado de uma condição médica subjacente ou um defeito físico no intestino delgado. Abordar e controlar a causa raiz da SIBO reduzirá o risco de recorrência da pessoa.

Mudanças na dieta e no estilo de vida também podem impedir que a SIBO retorne. Comer muitos alimentos à base de plantas e evitar os excessivamente processados e açucarados permitirá que boas bactérias floresçam e impeçam o crescimento excessivo de bactérias nocivas. O exercício regular também pode ajudar a regular as funções digestivas do corpo.

Panorama

O supercrescimento bacteriano do intestino delgado (SIBO) é uma condição médica na qual uma pessoa tem uma população incomumente grande de bactérias em seu intestino delgado. É uma complicação de outras condições digestivas, como SII, doença de Crohn e doença celíaca.

Os tratamentos visam corrigir o equilíbrio de bactérias no intestino delgado. Antibióticos de amplo espectro podem tratar a SIBO, e algumas pessoas também precisam fazer mudanças na dieta para lidar com as deficiências nutricionais. Se possível, o tratamento deve abordar a condição médica subjacente que também causou a SIBO.

Os médicos ainda não entendem completamente a SIBO. Estudos atuais e futuros que explorem o microbioma intestinal humano e os resultados de mudanças na dieta no manejo de desordens digestivas terão um efeito profundo nos futuros tratamentos da SIBO.

Fonte: MedicalNewsToday

Recuperação da microbiota pode ser feita por meio da hidrocolonterapia

Conhecido como o segundo cérebro, o intestino possui neurônios e aloja trilhões de bactérias, boa parte delas envolvida em processos cruciais ao organismo. Em desequilíbrio, ele interfere na predisposição a várias doenças, além de ser capaz de influenciar o comportamento e as emoções das pessoas.

De acordo com Sarina Occhipinti, especialista em clínica médica e em nutrição funcional do Instituto Sari (Nova Lima/MG), a flora intestinal pode ser entendida como um ecossistema onde habitam milhares de seres vivos. Então, a primeira coisa a fazer para melhorar um ecossistema é tratar o ambiente em que esses seres vivos habitam.

Dentre as técnicas utilizadas com essa finalidade está a hidrocolonterapia, um procedimento de limpeza do intestino grosso, no qual, por meio de um aparelho apropriado, se insere água morna filtrada, purificada e ozonizada pelo ânus, permitindo a eliminação de fezes acumuladas, além de desinflamar a mucosa e estimular a peristalse, os movimentos fisiológicos do intestino.

“O procedimento é indolor, totalmente livre de odores, pois é utilizado um sistema fechado, evitando assim, qualquer tipo de constrangimento”, destaca Sarina. Ela aconselha que o processo seja realizado por um fisioterapeuta capacitado, que poderá associar os estímulos a exercícios fisioterápicos para otimizar e acelerar a reabilitação das funções intestinais e estabilidade pélvica.

microbiota-intestinal3

“Além da constipação, pacientes com Síndrome do Cólon Irritável também têm experimentado alívio dos sintomas, inclusive diminuição dos episódios de diarreia e distensão abdominal”, conta a especialista. Os efeitos do procedimento são constatados desde a primeira sessão. Dentre eles, alívio da constipação e do inchaço abdominal, além de sensação de bem-estar e diminuição dos gases abdominais e da flatulência.

Contudo, Sarina alerta que as sessões não devem ser feitas com muita frequência, pois o processo de limpeza intestinal constante pode trazer desequilíbrio para a flora intestinal. “Seu uso deve ser associado a uma dieta bem orientada e, na maior parte das vezes, com uso de probióticos. Também não é aconselhável fazer qualquer procedimento sem antes passar por uma avaliação médica”, afirma.

Sobre Sarina Occhipinti

Sarina Occhipinti é especialista em Clínica Médica e em Nutrição Funcional, do Instituto Sari. Atua há 23 anos em ambulatório de obesidade e regulação hormonal, sendo também pós-graduada em Homeopatia e em Manutenção da Homeostase Endócrina e Prevenção de Doenças Relacionadas à Idade.

Ela é certificada em Bioquímica do Metabolismo aplicado à Obesidade e Doenças Crônicas e Degenerativas e em Endocrinologia Avançada pela A4M (Universidade de Washington). É também membro da American Anti-AgingAcademy, da Associação Brasileira de Ozonioterapia e da Associação de Médica de Prática Ortomolecular.

Transplantes de fezes de “superdoadores” podem ser uma cura para várias doenças

Uma nova pesquisa sugere que as fezes dos chamados “superdoadores” têm uma diversidade microbiana tão rica que usá-las para transplantes fecais pode curar condições que variam da doença inflamatória intestinal à doença de Alzheimer e à esclerose múltipla.

Recentemente, um número crescente de estudos descobriu doenças relacionadas a mudanças na microbiota do intestino. Câncer, obesidade, depressão e transtorno de estresse pós-traumático são apenas algumas das condições que os pesquisadores associaram a um desequilíbrio na composição bacteriana de nosso intestino.

Esse desequilíbrio leva o nome de “disbiose”, e estudos observacionais notaram uma ligação entre disbiose e alergias microbianas, síndrome do intestino irritável e doença cardiovascular.

Mais recentemente, o Medical News Today informou sobre pesquisas que encontraram conexões entre bactérias intestinais e doenças relacionadas à idade, como Alzheimer ou paralisia induzida por idade.

Muitos dos estudos que iluminaram essas conexões foram realizados em camundongos sem germes. Nesses testes, os pesquisadores substituíram as microbiotas intestinais dos roedores por bactérias saudáveis, realizando transplantes fecais de um doador saudável.

Os médicos usam o mesmo procedimento de transplante de fezes em ensaios clínicos em humanos. Mas novas pesquisas sugerem que algumas fezes são melhores que outras – isto é, os chamados superdoadores têm certas bactérias em suas entranhas que podem ajudar a restaurar a diversidade microbiana que é perdida em condições como doença inflamatória intestinal e diabetes.

Se os pesquisadores conseguirem entender melhor os mecanismos pelos quais essas amostras de fezes de superdoadores ajudam a curar doenças crônicas, o transplante fecal pode ser uma terapia segura e eficaz para uma ampla gama de doenças.

Com esse raciocínio em mente, Justin O’Sullivan, Ph.D., da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, e seus colegas decidiram revisar os ensaios clínicos existentes sobre transplante fecal. A equipe publicou suas descobertas na revista Frontiers in Cellular and Infection Microbiology.

Estudando os efeitos dos transplantes fecais

493ss_thinkstock_rf_gut_microbiome-1

Os pesquisadores examinaram estudos existentes de transplante fecal para doenças crônicas associadas à disbiose, como doença inflamatória intestinal, colite alérgica e constipação, bem como algumas condições hepáticas, metabólicas e até mesmo neurológicas.

“O padrão de sucesso nesses testes demonstra a existência de ‘superdoadores’, cujas fezes são particularmente propensas a influenciar o intestino do hospedeiro e levar à melhora clínica”, relata O’Sullivan.

A taxa média de cura quando se utiliza transplante fecal para infecção diarreica é superior a 90%, observam os pesquisadores, mas para outras condições, como doença inflamatória intestinal ou diabetes tipo 2, a taxa média é de cerca de 20%.

Mas alguns transplantes levam a resultados notáveis, O’Sullivan explica: “Nós vemos transplantes de superdoadores atingindo taxas de remissão clínica de talvez o dobro da média restante”.

“Nossa esperança é que, se pudermos descobrir como isso acontece, podemos melhorar o sucesso do transplante fecal e até testá-lo para novas condições associadas ao microbioma, como Alzheimer, esclerose múltipla e asma”-Justin O’Sullivan, Ph.D

Principais características das amostras fecais de superdoadores

cientista laboratorio analise pesquisa

Os pesquisadores também descrevem algumas características dessas amostras fecais de superdoadores. Diversidade microbiana e altas concentrações de “espécies-chave” de bactérias estão entre essas características. Espécies-chave são bactérias que desencadeiam a produção de substâncias químicas – como o butirato – sem as quais o corpo é mais vulnerável a doenças

“Na doença inflamatória intestinal e no diabetes, por exemplo”, explica O’Sullivan, “as espécies-chave associadas à remissão clínica prolongada produzem butirato – um químico com funções especializadas na regulação do sistema imunológico e do metabolismo energético”.

A análise dos pesquisadores também revela que a interação entre vírus, dieta e sistema imunológico influencia a existência e o desenvolvimento de bactérias benéficas. “Por exemplo, o sucesso dos transplantes fecais tem sido associado em alguns estudos com a transferência de vírus que infectam outros micróbios intestinais”, diz O’Sullivan.

“Alguns casos de infecção diarréica recorrente foram curados com transplantes de fezes filtradas que tiveram todas as bactérias vivas filtradas, mas ainda contêm DNA, vírus e outros detritos. Apoiar o microbioma transplantado através da dieta também pode melhorar o sucesso”, acrescenta o pesquisador.

“Tem sido demonstrado que uma alteração rápida na dieta, como a mudança de uma dieta baseada em animais para uma dieta exclusivamente vegetal, pode alterar a composição da microbiota intestinal em 24 horas” – Justin O’Sullivan

Finalmente, à luz do exposto, os pesquisadores recomendam que os testes de transplante fecal humano devem levar em conta os antecedentes genéticos e as dietas dos doadores, a fim de melhor predizer os resultados clínicos da intervenção.

Texto originalmente publicado em 22 de janeiro de 2019 , por Ana Sandoiu e revisado por Gianna D’Emilio

Fonte: MedicalNewsToday

Médica alerta: não adote a dieta fodmap sem acompanhamento profissional

Entrevistei novamente a gastroenterologista do Fleury Medicina e Saúde, Cristine Lengler, sobre a SII (síndrome do intestino irritável). Desta vez, conversamos sobre como as mulheres parecem ser as mais afetadas pelo problema. A médica também citou alguns medicamentos que podem ajudar quem tem a síndrome, mas que ainda não chegaram ao Brasil. Confira:

Pergunta: Parece que as mulheres são as mais atingidas pela SII. Por quê?

MULHER DOR ESTOMAGO COLICA

Resposta: Realmente, a síndrome é mais frequente em mulheres. Sabemos que os hormônios femininos têm uma ação sobre a motilidade ou contração do intestino em mulheres, tanto nas mulheres com síndrome do intestino irritável quanto nas saudáveis. Eles modulam tanto a contração quanto a sensação de dor. Esses hormônios também podem modular a suscetibilidade ao estresse, que é um fator importante na ocorrência tanto da síndrome quanto dos sintomas. Até o momento não podemos dizer que os hormônios femininos são causa da síndrome, mas podem ter um papel no aparecimento dos sintomas e na sua intensidade.

Pergunta: No caso das mulheres, estes problemas podem estar ligados a outros, como a endometriose ou a piora dos sintomas durante o período menstrual?

endometriose3

Resposta: Exatamente. Tanto na endometriose quanto no período menstrual, a quantidade desses hormônios circulando no corpo da mulher são modificados e, portanto, poderiam ser causa de piora ou de aparecimento de sintomas.

Pergunta: Poderia falar novamente sobre a dieta de baixa fodmap e se ela realmente é importante?

frutas vermelhas pixabay

Resposta: Fodmap é o conjunto de alimentos fermentáveis que são mal-absorvidos pelo nosso organismo e que podem causar desconforto intestinal. Esses alimentos fermentáveis são os carboidratos não digeridos pelo trato digestivo humano. Por não serem digeridos, em algumas pessoas, podem levar a uma maior formação de gases, consequente à fermentação pela flora intestinal e, consequentemente, desencadear sintomas como dor e distensão abdominal.

Quando a pessoa tem síndrome do intestino irritável, com pouca resposta à terapêutica habitual, a realização de uma dieta com baixo teor de fodmap pode auxiliar no controle dos sintomas. A ideia é identificarmos os alimentos desencadeadores de sintomas. Não é o objetivo manter a restrição de todo este grupo de alimentos para sempre. O ideal é que, após a pessoa se sentir melhor, vá reintroduzindo os alimentos gradativamente até identificar os específicos, de modo que, posteriormente, sejam evitados apenas os alimentos desencadeadores e que a dieta não fique muito restrita por muito tempo.

mulher prato dieta pinterest
Pinterest

Manutenção de dieta com pouco fodmap por longo prazo pode levar a várias deficiências nutricionais. Não é recomendada a adoção deste tipo de dieta sem acompanhamento profissional.

Pergunta: Há alguma novidade nessa área, como novos exames, tratamentos, medicamentos? Aqui e lá fora.

elprobiotico-img5-580x400

Resposta: Existem, sim, alguns medicamentos, mas que não estão disponíveis no Brasil, como eluxadolina, rifaximina, lubirpostona, plecanatide e linaclotide. A microbiota tem um papel na síndrome do intestino irritável, mas ainda não sabemos qual a combinação de agentes probióticos e em qual dosagem deveriam ser utilizados para obtermos benefício e alívio completo dos sintomas. Apesar de poucos trabalhos sugerirem que alguns pacientes possam ter um certo alívio dos sintomas quando comparados com placebo, ainda não há evidência científica para se recomendar o tratamento da síndrome do intestino irritável com o uso de probióticos.

Pergunta: O que uma pessoa com SII deve fazer para ter uma melhor qualidade de vida? E o que evitar.

meditação pin terest
Foto: Pinterest

Resposta: A pessoa com diagnóstico de síndrome do intestino irritável deve exercitar-se regularmente e dormir bem. Alguns trabalhos sugerem que a prática regular de meditação e a psicoterapia também podem auxiliar no controle dos sintomas.

Pergunta: E em relação à alimentação?

mulher bebendo agua2

Resposta: Recomenda-se consumo adequado de líquidos (em torno de 6 a 8 copos de água por dia), dieta rica em alimentos com fibras digeríveis. Conforme o sintoma principal, o médico poderá restringir alguns alimentos. No caso de pessoas com distensão abdominal e excesso de gases, pede-se para diminuir o consumo de alimentos como bebidas gaseificadas, bebida alcoólica, cafeína e alguns vegetais como brócolis, couve-flor e repolho.

Quando, além da dor, o sintoma for constipação, aumenta-se o conteúdo e fibras da dieta. Alguns pacientes com diarreia podem se beneficiar da diminuição de glúten da dieta. Em alguns casos recomenda-se a realização de dieta com baixo teor de fodmap. E, repetindo, a restrição alimentar deve ser feita sobre supervisão para que não leve a deficiências nutricionais.

Cristine Lengler é Formada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Especialista em Gastroenterologia Clínica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, atua como médica gastroenterologista do Fleury Medicina e Saúde. É membro fundador do Grupo de Estudos da Doença Inflamatória Intestinal do Brasil (GEDIIB)